Reflexões

03/08/2010____________________________

Carta aberta ao eterno amor

Caro Júlio,

espero que você ainda more neste endereço que mandei a carta, que ela esteja em suas mãos e que você leia este desabafo até o final, mesmo depois de tudo o que passamos.

Há um ano atrás, falei que não era a mulher ideal para você, mas quem nos garante que ela exista? Resolvi botar um ponto final no nosso lindo e gostoso romance e arrependo-me amargamente por isso. Não te expliquei o motivo naquela época por vergonha, porém gostaria de esclarecer tudo antes que seja tarde demais.

Saíamos da faculdade juntos, íamos para sua casa e ficávamos lá até o horário do seu serviço. Não almoçava contigo para ir a um restaurante com minha amiga, mas o que me atraia não era a comida e sim o gerente do local. Senti-me atraida por ele e enquanto nossa relação esfriava, aproximava-me cada vez mais de Luciano. Pensei que, se eu não terminasse o namoro, acabaria traindo-o e como não admito isso, agi no dia seguinte. Sofri demais com o término do nosso relacionamento, porém em silêncio. Tudo o que eu via e ouvia, lembrava você. Se olhava o celular, lembrava das madrugadas em que ligava e te acordava só para ouvir sua voz; se assistia alguma partida de futebol, lembrava do dia em que fomos ao estádio e vimos o nosso time do coração jogar; se escrevia, lembrava da caneta de madeira que você fez para mim com a seguinte frase bordada "Loira, amo vc...".

Talvez eu tenha me arrependido tarde demais. Talvez você tenha me esquecido ou esteja com alguém que te dê valor, o que não fiz na época. Talvez você não queira ouvir minha voz ou ainda goste de mim. Talvez, talvez...

De uma coisa tenho certeza: eu não te esquecerei tão cedo. Levarei meses, anos, décadas ou até meio século para tal.

Sem mais,

Marcela.

Ps: Te amo!